Nossa Missão


O presente blog tem por principal objetivo a publicação de artigos sobre a criação e manejo das abelhas nativas de diferentes espécies. Sabemos que as abelhas originárias do continente Americano ainda não são valorizadas como deveriam ser. Ocorre que a grande maioria das pessoas não as conhecem e consequentemente não sabem o quanto são valiosas para a manutenção da fauna e que podem ser usadas para melhorar muitos aspectos sociais, culturais e principalmente econômicos. Por isso acredito que a divulgação desta maravilha natural é de suma importância para a coletividade.

João Victor Cunha Peluchi

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Revisão e Controle de Forídeos

Esta semana, transferi meu enxame pioneiro para uma caixa nova, já estava passando da hora de presentear este enxame com uma caixa com proporção de tamanho e com uma boa divisão para melhor desenvolvimento e melhor manejo.

 Já no segundo dia fiz a primeira inspeção, logo notei a presença de forideos, fiz a limpeza inicial e instalei armadilhas para forídeos. 


O forídeo é um díptero que se alimenta de material orgânico em decomposição (frutas, principalmente). A fase larval adaptou-se muito bem ao consumo de pólen e larvas de meliponíneos. O adulto quando entra na colônia de abelhas, põe seus ovos preferencialmente no pólen armazenado pelas abelhas ou em favos de crias destruídos pelo manejo inadequado. As larvas dos forídeos alimentam-se de pólen, larvas e pupas de abelhas, causando sérios danos à colônia.


Caso o meliponicultor não cuide das colônias afetadas, eliminando o parasita, ela morrerá após alguns dias de infestação. Cada forídeo põe até 70 ovos, que em 3 dias desenvolvem-se em indivíduos adultos. Uma colônia infestada por forídeos é fonte de infestação no meliponário. Desta forma, esta colônia deve ser tratada ou eliminada o mais rápido possível


A principio utilizei uma saleira comum com vinagre, apenas aumentei o tamano dos furinhos para o forideo entrar.

(Saleira com vinagre)

 
O resultado foi imediato, esperei apenas 4 ou 5 horas para verificar a armadilha, ja que o cheiro de vinagre é irresistível para o forídeo e incômodo para as abelhas, e com certeza os furinhos de entrada da armadilha seriam tamponados pelas operárias para extinguir o cheiro forte de vinagre dentro da caixa.


(forídeos capturados)

Logo depois que removi a primeira armadilha, já me encarreguei de instalar mais duas armadilhas feitas com copos descartáveis, que é muito simples de fazer e também é muito eficiente.

 
 Materias utilizados

 Copo descartável
 Fita adesiva
Tesoura 
 Vinagre
 

(tesoura, fita adesiva e copo descartável)
 
 Para fazer é muito simples, basta derramar um pouco de vinagre no copo, apenas 1 dedo de vinagre no fundo do copo e vedar a boca do copo com a fita adesiva, feito isso faça pequenos furos na fita adesiva utilizando um garfo aquecido ou um palito de dente, o furo não pode ser muito grande para evitar a entrada das abelhas.

(furos na fita adesiva)
Pronto sua armadilha está feita, agora basta instalar nas caixas invadidas e lembrar-se de trocar todos os dias durante 15 dias pelo seguinte fato, fase de ovo: 6 a 8 horas; larva: 96 horas; pupa: 136 horas; total = 240 horas ou 10 dias. Assim, se o meliponicultor manipulou a colônia de abelhas e não encontrou forídeo, isto não significa que esta livre desses Dipteros.


Caso o copo descartável não caiba dentro da sua caixa, pode cortá-lo pela metade ou fazer armadilhas com copos menores. Se notar que há ovos de forideos na caixa faça uma limpeza e cubra a lixeira da colméia com sal de cozinha isso evitará novas infestações.

João Victor Cunha Peluchi
jvpeluchi@jnnet.com.br

quinta-feira, 10 de março de 2011

Potes de Cera Artificiais



Essa é muito boa......


Aprenda a fazer potes utilizados pelas abelhas sem ferrão.

Graças o amigo do blog Abelhas do sabugi aprendi uma técnica muito interessante e super criativa para auxiliar as abelhas quanto a construção de potes de mel e também fornecimento de cera para outros fins dentro da colméia.

As abelhas sem ferão "melíponas" não constroem favos como as abelhas Europa ou Itália "apis melíferas", e sim potes de cera onde armazenam mel e pólen, a cera é produzida pelas abelhas na transformação do mel por elas ingerido com o auxílio de oito glândulas ceríngeas localizadas no lado ventral do abdômen das operarias.

Quando fazemos divisões, as abelhas da caixa filha começam a construir um novo lar, isso inclui potes de armazenamento para o mel e também o pólen, mas graças ao amigo (Isaac Soares de Medeiros) essa tarefa pode ser feita pelo meliponicultor, depois de muitas tentativas nosso amigo chegou a um excelente resultado tornando essa tarefa simples e muito constritiva e eu que sou esperto já aprendi e vou mostrar como fiz meus potes de cera artificiais seguindo as instruções do Issac.

Ingredientes


Cera de Apis ou de Melíponas
Própolis da melípona que vai receber a cera artificial.
Óleo vegetal (óleo de soja).


Essa é a receita horiginal do Isaac porém eu não tinha cera de apis "abelhas Europa", por isso utilizei cera de jataí mesmo que tenho estocado aqui em casa, logo abaixo são as instruções dadas pelo Isaac em seu blog.

Preparando a Cera


Para cada 1 kg de cera de Apis, coloque 100 ml de óleo vegetal e 100 a 150 gramas de própolis da melípona que vai receber.

Coloque tudo em banho Maria a cera, oleo e a propolis, quando tudo estiver em estado liguido, baixe o fogo para não aquecer demais a mistura.


Ao iniciar a confecção dos potes, comece a mexer a cera e só pare quando terminar, evitará que o óleo ou a própolis fique mais concentrado em um lugar do que em outro.


Pois bem, como podem ver na foto abaixo foi isso mesmo que fiz, o único detalhe é que utilizei um palito de madeira com o tamanho mais ou menos parecido com o da largura dos  potes feitos pelas abelhas jataí,
se observarem bem esse palito esta dentro da lata onde derreti a cera.

(banho maria)

 Uma dica é deixar o palito em um copo com água gelada antes de iniciar a confecção dos potes, e  vale lembrar que não é bom aquecer muito a cera, isso evitará que a cera estrague e também ajudará na confecção dos potes, para começar é muito simples, basta mergulhar o palito molhado dentro da cera derretida e em seguida mergulhe na água fria, a cera se desprenderá naturalmente do palito.

(Palito molhado mergulhado na cera)


 A bagunça é inevitável, mas depois é só limpar para não tomar broncas como eu tomei rsrs.

(Mergulha o palito envolvido pela cera)


Parece mágica, lindos potes fabricados em sua cozinha, essa idéia genial que nosso amigo do Abelhas do Sabugi teve superou tudo que se trata em matéria sobre manejo e criação de abelhas melíponas.

(Potes de Cera Prontos)



É importante deixar os potes afastados por enquanto, pois logo após confeccionados eles ficam um pouco grudentos pelo fato de estarem quentinhos ainda, meus potes ficaram um pouquinho compridos mas não tem importância, as abelhas retiram o excesso e utilizam a cera para outros fins.

Se hover duvidas pode deixar seu comentario e e-mail que tentamos ajudar o maximo possivel, obrigado pelas visitas e voltem sempre. 

João Victor Cunha Peluchi
jvpeluchi@jnnet.com.br

quinta-feira, 3 de março de 2011

Meliponário Monte Seco: Transferência Para Caixa Racional.

Meliponário Monte Seco: Transferência Para Caixa Racional.: "Hoje vou mostrar aos senhores uma transferência de caixas que fiz pela manhã, aqui em Monte Seco há cr..."

Transferência Para Caixa Racional.

Hoje vou mostrar aos senhores uma transferência de caixas que fiz pela manhã, aqui em Monte Seco há criadores de abelhas Europa, também conhecida como abelha Itália, e é muito comum encontrarmos enxames de jataís alojados em caixas iscas espalhadas pelos apiários desses apicultores.
Pois bem, como tenho livre acesso a esses apiários me encarrego de remover e abrigar os enxames de abelha Jataí que sempre são muito bem vindas em meliponário.


(Caixa Isca  & Caixa Racional)


 Utilizei algumas ferramentas como Faca para separar o ninho dos potes de alimento e de pólen, canivete para abrir a caixa e melhor manejo dentro da caixa, alicate para cortar os arames dos pentes que certamente estavam entrelaçados com o ninho, vasilhame de plástico para armazenar o mel e o pólen e uma fica adesiva larga para vedar a caixa logo após a transferência.
 
(Ferramentas)

E então iniciamos a transferência,  logo que abri a caixa isca, visualizei o que já estava imaginando, o ninho estava completamente envolvido nos pentes da caixa e o derramamento de mel seria inevitável, ponto negativo quando se trata de transferência ou divisões de enxames, esse derramamento pode atrair os indesejáveis forídeos "praga que pode destruir um enxame caso não combatido a tempo" e essa colméia estava bem abastecida de mel e pólen.

(Caixa Aberta)

Eu já sabia que ia dar muito trabalho tirar esse enxame causar estragos aos discos de cria e ao ninho, primeiramente removi alguns pentes que estavam pelas bordas do ninho, assim deixei os outros pentes folgados e removi todos de uma só vez com muito cuidado, meu maior receio era com a rainha, pois tinha muitas abelhas nessa colméia isso dificulta a localização da gordinha. Assim que fui desmontado o ninho já montava o mesmo na caixa racional, houve muito derramamento de mel no chão mesmo com todo o cuidado que estava trabalhando.

 
(Discos de Cria & Mel)
Contei aproximadamente 23 discos de cria e sem nenhuma falha, isso é muito bom em uma colméia, tudo indica que temos uma excelente rainha com ótima genética e falando em rainha, assim que removi os discos de cria e o posicionei na caixa racional fiz uma vistoria no restante do ninho em busca de nossa querida gordinha, tive muita sorte pois não foi tão difícil encontrá-la, pois ela tinha ficado por cima do invólucro.


(Discos de cria na Caixa Racional)

Finalmente o mais difícil estava feito, logo após posicionar todos os discos de cria cuidadosamente na nova caixa, botei um pouco de será e invólucros dentro da caixa, servirá para as abelhas começarem a se organizar e construir seu novo ninho. Não coloquei nenhum alimento ainda, isso só será feito no segundo dia da transferência, caso necessário também deve ser adicionado será e auxiliar na limpeza da colméia observando a evolução do ninho e há presença do forídeo no interior da caixa, também é importante fazer a limpeza onde foi derramado mel e potes de pólen, isso ajudará manter forídeos afastados e não atrairá abelhas de outras caixas, evitando combates entre as abelhas.

(Mel retirado da caixa)
 È sempre importante deixar o mel retirado da caixa afastado ou em vasilhas tampadas, e cheiro de mel atrai as abelhas que estão voando agitadas no local para dentro do mel e ocasiona muitas mortes por afogamento no mel, como podemos observar a cima já temos algumas abelhas no fundo da vasilha, certamente elas não conseguiram sair e acabaram morrendo.combates entre as abelhas.

(Mel de Abelha Jataí)

 Peneirando o mais puro mel de Jataí, a será que sobrou pode ser prensada e usada no abastecimento dos enxames que precisarem, e também para fazer iscas para obter outros enxames. O mel deve ser guardado em recipiente muito bem limpo e mantido refrigerado para evitar a fermentasão. 

Dedico essa postagem ao meu primo e grande amigo Vinicius Cunha Peluchi, companheiro de criação e busca pelas queridas abelhas nativas "Jataí".

quarta-feira, 2 de março de 2011

Caixa Racional Para Abelhas Jataí

Este é o modelo de caixa mais utilizado em meu meliponário, são caixas racionais de fácil manejo, muito bem dividida e com medidas estratégicas para a criação da abelha jataí.
É projetada com o fundo da caixa solto para facilitar o manejo de divisões recentes, 2 compartimentos de ninho, uma melgueira, podendo acrescentar um alimentador e a tampa. Este é o modelo de caixa que mais me beneficiou quanto facilidade da coleta do mel, podendo remover a melgueira e tampando apenas o ninho, assim posso trabalhar com mais calma e com a vantagem de não atrair os forigenos.

Também trouxe muita flexibilidade ao fazer divisões de enxames, tendo 2 compartimentos de ninhos posso apenas trocar o compartimento da caixa nova "vazio" pelo compartimento com discos de cria da caixa mãe, "a caixa utilizada para fazer a divisão", dessa forma evitamos maiores estragos ao ninho, reduzimos as chances de quebrar algumas posturas tendo maior sucesso na divisão.

Esse processo de troca de compartimentos da caixa mãe para caixa filha também pode ser adotado com a melgueira, lembrando que é recomendado adicionar potes de alimentos ou alimento artificial a partir do segundo dia da divisão, pois antes disso as abelhas ainda estarão desorganizadas e pode ocorrer invasões de indivíduos indesejados que são atraídos pelo cheiro dos potes de alimento ou até mesmo pelo alimento artificial.


(Todas divisões da caixa)
(Vista de cima dos ninhos)


(Vista de cima da Melgueira)
                 
(Caixa racional completa)

       Altura ----------------------- 27 cm
       Largura interna -------------- 14cm x 14cm
       Largura das Paredes -------- 2 cm  
           
Para mais informações deixe seu comentário. 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Jataí na caixa isca para ablelha Europa.

A poucos dias resolvi abrir uma caixa isca para abelha Europa, que por acaso foi habitada por abelhas da espécie Jataí, fazia de 6 a 8 meses que elas tinham se apossado desta caixa isca, quando abri a caixa me surpreendi com o tamanho da colonia e com a quantidade de potes de alimento. Estou postando apenas por questão de curiosidade, pois achei muito interessante e pretendo fazer uma caixa com o tamanho e proporção da colonia, quero que ela mantenha-se forte e saudável e com essa genética concerteza vou utilizá-la para divisões futuras.  Veja fotos abaixo...



                                                                                (Potes de mel Jataí)



                             
                                                                         ( Altura passa dos 40 cm )


                                                                              ( Grande numero de potes de Mel )

Abelha Jataí

Esse blog destina-se apenas para expor matérias, ideias, sugestões, dicas, e também para trocar conhecimentos sobre abelhas sem ferrão.
Como criar, onde criar, manejo correto e troca de experiências, pois então sinta-se a vontade para citar e comentar no blog.
                                                                        

                (Abelha Jataí "Tetragonisca Angustula")            
              Saiba Mais

A abelha Jatai é uma das menores já conhecida, é sociavel e muito mansa, só perde em tamanho para a Abelha Mosquito, muito comum na Amazônia.

A jatai mede aproximadamente 5mm sua cor é dourada, é encontrada em quase todo o território nacional, as colónias tem de 2.000 a 5.000 individuos, é uma abelha bem adaptada a vida urbana.

 

Os seus ninhos caso não violado, permanece por mais de 35 anos no mesmo local, só as rainhas são substituidas periodicamente, podemos dizer que os ninhos são perenes.

 

A abelha Jatai, no meu ponto de vista não está na lista das abelhas em extinção, pois sobrevive muito bem em cidades pequenas, enxameia e faz seu ninho em qualquer lugar, ocos de árvores, na terra, em barranco, em muros entre meio de pedras, Só não sobrevive em metrópolis. ( A jatai mora em meio a pedras, mas não come pedra ).

Produz de 600 ml a 1,5 litros de mel ao ano em caixas racionais, um mel de ótima qualidade. O preço do litro de mel para venda gira em torno de R$- 60,00 a R$- 80,00. É um mel muito saboroso e medicinal, na região Sul do Brasil, é muito utilizado para pingar no olho para retirar cisco , e tambem para cura de catarata, e outras doenças dos ólhos.

 Esta abelha pertence ao grupo das trigonas, Para multiplicar é necessário ter uma realeira em formação.

Na entrada de sua morada, fazem um tubo de cera amarelada, onde sempre se encontra algumas sentinelas, durante a noite fechão o tubo de entrada com uma espécie de cera rendilhada. É normal a presença de abelhas guardas que ficam voando em redor do tubo, formando uma pequena nuven.

 

As abelhas campeiras apresentam movimento bem diferente, pois entram e saem da colónia rápita e constantemente. Elas podem entrar carregando pólem em suas curbículas (patas) ou néctar no abdome

O ninho apresenta invólucro de cerume abundante, com várias camadas finas, o seu alimento é guardado em potes ovóides.

 As células de crias são em forma de favos redondos, disposto um em cima do outro separado com pequenos pilares. Os discos de crias (células) são construidos com rapidez para receber o alimento larval. 

Muitas vezes as operárias botam ovos tróficos redondo e grande, para a rainha se alimentar antes de fazer a postura.